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ONG amada Helena contribui com o Ministério da Saúde

Foi uma honra e um grande reconhecimento ao nosso trabalho sermos convidadas a participar da construção coletiva do Guia de Humanização do luto parental para profissionais da saúde.
Com a vigência da lei se aproximando, dia 26 de agosto, o Ministério da Saúde criou um Grupo de Trabalho, que então criou a oficina para a construção desse material nacional com informações orientações, de fundamental importância tanto do ponto de vista humano quanto do ponto de vista técnico e institucional, ter esse material nacional. Esse guia pode contribui para uniformizar práticas de atendimento em instituições de saúde de todo o país, garantindo que todas mães recebam acolhimento digno, compassivo e respeitoso. Através dele, práticas desumanizantes e os silêncios constrangedores, as frases insensíveis ou ausência total de suporte emocional poderão ser combatidos.

Profissionais qualificados podem ajudar a reduzir reduzir o risco de traumas, depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático, porque o modo como os pais são tratados no momento da perda pode impactar profundamente o processo de luto.

Essa construção coletiva foi realizada em duas etapas, nós participamos da primeira, no dia 19 de agosto, das 14h às 17h30, como a primeira instituição de terceiro setor fundada no Brasil que trata exclusivamente do luto parental e é referência nacional no assunto, tendo uma grande responsabilidade, sendo representadividade e voz de cada pai e mãe que perdeu seu bebê no país..

Nossas contribuições foram baseadas em relatos de pais e mães atendidos pela ONG ao longo desses 13 anos, bem como na experiência da nossa presidente, a Sra Tatiana Maffini e nas demandas trazidas por profissionais:

  • Evitar a revitimização – manter comunicação na rede para evitar que a mãe precise informar a cada profissional que seu bebê morreu;
  • Na alta hospitalar, fornecer materiais impressos com informações como locais de apoio e orientações sobre o luto parental;
  • Possíveis caminhos de adaptação à realidade local, regionalização das diretrizes, bem como adaptação aos grupos atendidos como população negra, indígena, LGBTQIAPN+, se tornando um encarte do Guia nacional, disponibilizado juntamente;
  • Amplitude de visão da experiência ao ouvir os pais;Rompimento da ideia de que o luto é apenas o momento da perda;
  • Rompimento da ideia de que o luto é apenas o momento da perda;
  • Entender o papel do profissional, pois há várias camadas de responsabilidades;
  • Silêncio não pode ser regra, porque os pais precisam de suporte na hora da perda e pode vir de outras formas, toda equipe ficar em silêncio pode ser constrangedor e entendido como invisibilidade;
  • Colocar perguntas norteadoras no atendimento e não frases prontas nas diretrizes;
  • Preparar o ambiente em que a mãe precisará ficar, por exemplo, retirar o berço do quarto;
  • Sempre se referir ao bebê pelo nome escolhido, respeitando assim sua individualidade;
  • Pensar em meios de identificar mãe que teve perda de um gemelar e cujo outro(s) bebê(s) está em cuidados na instituição hospitalar;
  • Mães com perda no início da gestação e que estão aguardando para procedimentos, que sejam alocadas em lugares fora da maternidade;
  • Equipes de cada instituição precisam atender de modo homogêneo, não havendo diferença entre o cuidado da equipe da emergência, do CO, da noite, etc;
  • Permitir o protagonismo dos pais através de informações e opções de escolha que serão respeitadas, por exemplo, as vias de parto e opção para a lactação;
  • Instituir identificação da mãe que perdeu seu bebê(s) de modo que apenas a equipe de cuidados compreenda, como uma pulseira de cor diferente, mesmo que não conste a obrigatoriedade na lei;
  • Não esperar por uma orientação única ou um protocolo que se encaixe em todas as situações, considerar a subjetividade materna, ambiente, cultura, etc;
  • Basear-se, portanto, na pessoa como um todo e não apenas naquele recorte no momento da internação hospitalar.


A existência desse guia, baseado na Lei 15.139/2025, também demonstra o reconhecimento oficial dessa causa social tão negligenciada.


Nossa gratidão à você, que nos acompanha e que contribuiu com essa construção ao compartilhar com a gente a tua história!

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