como posso ajudar?
“Eu não sabia o que dizer…”
Muitas pessoas se sentem perdidas diante de uma perda tão devastadora. Tentam consolar, mas não encontram as palavras certas — ou acabam dizendo o que não gostariam. Frases como “Deus quis assim” ou “Você pode ter outro” são comuns, mas podem machucar profundamente. A verdade é que não existem palavras mágicas. O que pode ajudar pais enlutados de fato é a presença, o respeito e o cuidado.
Sugestões de como apoiar.
1. Esteja disponível
Ligue, mande mensagem, visite. Mesmo que você não saiba o que dizer, sua presença já acolhe.
Respeite o silêncio e o tempo da pessoa, mas mostre que está por perto.
2. Escute sem julgar
Permita que todos os sentimentos sejam expressos. Isso pode ser difícil e desencadeante emocionalmente para você, mas o choro, a raiva e o silêncio são formas válidas de luto, mesmo sendo muito difíceis de presenciar. Não tente “consertar” esses sentimentos e escutar com atenção já é um grande apoio.
3. Mostre seu afeto
Um abraço com consentimento, uma escuta atenta, um “estou aqui” podem confortar muito mais do que explicações. Lembre-se de perguntar: “Posso te dar um abraço?”, pois nem todos apreciam toques físicos como abraços e depende muito do seu vínculo com o enlutado, que pode perceber um abraço não solicitado como uma invasão em seu luto.
4. Evite frases prontas
Frases como “Tudo acontece por uma razão” ou “Você precisa ser forte” podem dificultar mais do que ajudar. Prefira algo como: “Imagino como deve estar sendo difícil…” ou “Quero estar aqui com você.”
5. Valide a experiência
Nunca minimize a vivência dos pais. Ouvir “foi melhor assim” ou “você precisa se recuperar” pode isolar ainda mais quem está vivenciando o luto. Dê espaço para que sentimentos vistos como negativos tenham lugar para existir. Eles são legítimos.
6. Ofereça ajuda concreta
Em vez de dizer “Se precisar, me chama”, se tiver intimidade o bastante diga: “Posso levar uma comida para você amanhã?” “Quer companhia para ir ao cemitério?” “Posso buscar seu outro filho na escola?”
7. Busque lembrar das datas difíceis
O Dia das Mães/Pais, o aniversário do filho, a data da perda…São momentos delicados. Uma mensagem, uma flor, uma lembrança com afeto fazem toda a diferença.
8. Tenha paciência
O luto parental não “passa”. Ele se transforma. Meses ou anos depois, busque continuar compreendendo que estas pessoas viveram uma das experiências mais difíceis que podemos viver enquanto seres humanos. Valide isso. Compreende que algo assim não tem como ser consertado, esquecido ou superado, a convivência diária com a ausência de um filho pode mudar de forma, mas a vontade de ter esse filho presente e o amor por ele permanecem.
Seja afeto.
Seja presença.
Eles permanecem pais assim como o filho permanece filho.
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