Perder um filho é uma tragédia não apenas para pais e familiares, mas para a sociedade como um todo, pois a morte de alguém tão amado tem consequências duradouras e com reflexos em todas as atividades que os enlutados exercem. Oferecer suporte e solidariedade a pessoas nessa situação, portanto, é, além de ajudá-las a enfrentar a dor da perda, auxiliá-las também em sua reinserção no dia a dia comunitário, com melhoria da qualidade de vida, trabalho e convívio social, demandando ações conjuntas entre sociedade, Estado, profissionais e instituições que se debruçam sobre o assunto.
Hoje não existem registros no Brasil, sobre uma política pública de cuidado a pais que perdem um filho. Logo, eles passam por essa experiência devastadora em completa solidão, sem informação e apoio, o luto sofre um impacto adicional. Isso pode acarretar em término de relações conjugais já estáveis, aumento do uso de álcool e drogas ou ainda como mostrou a pesquisa realizada pela organização Tommys e publicada na revista The Lancet, duplicar o risco de depressão e quadriplicar o risco de suicídio em ambos os pais.
Somente através de leis conseguiremos atingir todo o território nacional e com a amplitude necessária, consolidando um espaço/tempo de conscientização social, construção de conhecimento e compartilhamento de conteúdos e experiências, resultando no desenvolvimento progressivo da qualidade do acolhimento e garantia de direito das famílias enlutadas.